15/12/2017|
Por Bruna Ribeiro
Em curso promovido pelo Simpósio Nacional de Fortalecimento do Sistema de Garantias de Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes, na terça (12), adolescentes ocuparam uma sala da Faculdade DeVry, de João Pessoa (PB), onde o evento foi realizado, para um debate a respeito do protagonismo juvenil.
À frente da discussão, Anna Luiza Calixto, Emmanuel Moreira e Felipe Caetano inspiraram os demais adolescentes a se expressarem nos espaços que ocupam, como família, escola e igreja. Anna Luiza convidou os participantes a refletirem sobre as importantes questões do mundo atual: corrupção, criminalidade, meio ambiente e negligência com crianças e adolescentes foram algumas das respostas levantadas pelo grupo.
“Quando estamos no meio de um problema, como podemos resolver? Permanecendo juntos, sem soltar as mãos. Respeitando as diferenças somos capazes de encontrar a solução dos problemas. Isso se chama protagonismo infanto-juvenil”, disse Anna Luiza.
A protagonista se lembrou de nomes da militância como Irandi Pereira e Antônio Carlos Malheiros, que tiveram papel fundamental na construção do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em 1990.
Para Anna Luiza, o ECA chegou para registrar todos os nossos direitos e as obrigações que o Estado tem com as crianças e os adolescentes. “Não podemos nos esquecer de que se ele existiu foi porque alguém se dedicou a isso.”
Emmanuel Moreira também citou a importância dos adolescentes se associarem aos adultos na luta pelos direitos humanos. “Não podemos desmerecer o profissional que está na rede, lutando pelos nossos direitos. Precisamos trabalhar com os adultos. Se a gente quer ter participação, a gente tem de descobrir o que é participação”, disse.
Em parceria, o protagonista sugere que os jovens ocupem espaços como escolas, grêmios, conselhos e igrejas. “Nada de nós sem nós. Se querem falar de criança e adolescente, falem com a gente. Somos empoderados e sabemos o que queremos. Não vamos aceitar regras adultocêntricas.”
Por fim, ainda a respeito da abordagem “adultocêntrica” de muitas decisões políticas, Felipe Caetano realizou a seguinte comparação: “Conselho de direitos de crianças e adolescentes sem crianças e adolescentes é como conselho feminista só com homens”, refletiu.
Para ele, a falta de conhecimento afasta os adolescentes das audiências públicas e fóruns. “A participação é um direito, como espaço de desenvolvimento e também redução da vulnerabilidade.”
Por fim, o adolescente citou a frase “Seja a mudança que deseja ver no mundo”, de Mahatma Gandhi. “Nós somos essa mudança quando participamos do conselho municipal, estadual e do grêmio. Infelizmente não são todos que podem participar, pois há muitas crianças e adolescentes trabalhando e vítimas de exploração sexual, mas vamos continuar progredindo e mostrar que teremos um país melhor, quando todos os adolescentes puderem participar.”