Trabalho infantil em Goiás

Na unidade federativa do Goiás havia, em 2019, 61.562 crianças e adolescentes de 5 a 17 anos de idade em situação de trabalho infantil. Dado que a população estimada na faixa etária de 5 a 17 anos no estado era de 1.355.273 no mesmo ano, o universo de crianças e adolescentes trabalhadores equivalia a 4,5% do total de crianças e adolescentes do estado, abaixo da média nacional que era de 4,8% do total. As crianças e adolescentes trabalhadoras no Goiás dedicaram 22,2 horas de seu tempo em atividades laborais em 2019.
Em relação ao trabalho infantil no Estado, 40,1% das crianças e adolescentes de 5 a 17 anos exerciam alguma das piores formas de trabalho infantil nos termos da lista TIP, percentual equivalente a 24.716 crianças e adolescentes. Por sua vez, do total de adolescentes de 14 a 17 anos ocupados, 96,6% (ou 52.490) eram informais.
O universo de crianças e adolescentes trabalhadores era composto por 41.902 meninos e 19.659 meninas, o que equivalia a 68,1% e 31,9% do total de ocupados respectivamente. Em relação à idade, 2,6% do total de crianças e adolescentes trabalhadores tinham entre 5 e 9 anos de idade (1.611), 9,1% tinham entre 10 e 13 anos (5.621), 24,8% entre 14 e 15 anos (15.283) e 63,4% entre 16 e 17 anos de idade (39.047). Do total de crianças e adolescentes trabalhadores, 27,6% eram não negros (17.008) e 72,4% negros (44.553), ao passo que 19,4% das crianças e adolescentes ocupados residiam em zonas rurais (11.912) e 80,6% (ou 49.649) em áreas urbanas.
No exercício de trabalho, as crianças e adolescentes goianos eram, majoritariamente, ‘escriturários gerais’, ocupação que abrigava 8,5% (ou 5.252) das crianças e adolescentes trabalhadores; ‘balconistas e vendedores de lojas’ (3.368 ou 5,5%; e ‘mecânicos e reparadores de veículos a motor’ (3.032 ou 4,9%). As
principais atividades exercidas pelas crianças e adolescentes trabalhadoras no estado eram a de ‘serviços domésticos’ (4.911 ou 8,0%), seguida por ‘criação de bovinos’ (4.870 ou 7,9%) e ‘manutenção e reparação de veículos automotores’ (3.894 ou 6,3%).
Fonte: Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil
Desafio da atuação em rede
Para Afonso Rafael Fernandes, chefe geral da fiscalização do Trabalho em Goiás, o desafio é a atuação em rede, pois o enfrentamento ao trabalho infantil a partir de uma ótica repressiva não traz resultados.
Segundo o auditor, o perfil pulverizado dos principais focos reforçam a necessidade de integrar a fiscalização a centros de apoio e acolhimento. “Além da presença marcada na coleta e venda de lixo reciclável, temos graves problemas durantes as safras de cebola e tomate e também em pequenas confecções espalhadas por todo o estado”, completa Afonso.
Seguindo a lógica de um trabalho de enfrentamento que fiscaliza, mas também acolhe e fornece oportunidades de educação e formalização, o Fórum Estadual de Combate ao Trabalho Infantil e Proteção ao Trabalhador Adolescente de Goiás (Fepeti-GO) conta que investe na mobilização e articulação da sociedade civil e dos serviços e órgãos competentes.
Fonte: Criança Livre de Trabalho Infantil