publicado dia 13/07/2018
Tecnologias e recursos para abordar o trabalho infantil na escola
por Débora Garofalo
publicado dia 13/07/2018
por Débora Garofalo
13/07/2018|
Por Redação
Mobilizar pais, alunos, escola e a sociedade para combater o trabalho não é uma tarefa fácil. Mas é necessária para que possamos garantir o acesso das crianças à escola e combater a evasão escolar e o trabalho infantil.
Mudar esta realidade cabe também à escola e a nós educadores, pois muitos casos não constam para dados estatísticos. Além da infância roubada e fora da escola, muitas crianças são mutiladas por trabalhos perigosos e insalubres.
Desenvolvo na EMEF onde leciono no Jabaquara um trabalho de sensibilização e combate desde 2017. Ao iniciar o projeto, tínhamos 27 estudantes das turmas de 5º e 7º anos com grandes chances de evasão escolar. Ao final do trabalho, duas crianças abandonaram a escola.
Projeto começou com 27 jovens com risco de evasão escolar e, após sucesso, ampliou abrangência
Crédito: Divulgação
Fazer os alunos vivenciarem sua aprendizagem foi o primeiro passo para uma mudança de comportamento e atitude no combate ao trabalho Infantil. Senti uma grande alegria ao ver essas crianças ganhando voz no combate ao trabalho infantil. Deixando que escolhessem a maneira como iriam abordar o tema, eu vi em cada olhar um pertencimento ao projeto, que foi uma vivência transformada em currículo.
Promovemos ações pela escola e pela comunidade sensibilizando famílias sobre a importância do combate ao trabalho infantil. Cada turma de alunos optou por realizar uma ação – produzindo um vídeo, adesivos autocolantes para serem distribuídos e panfletos de sensibilização com estatísticas atuais.
Para as ações, foram feitos um planejamento e uma sequência didática para execução, prevendo o conhecimento prévio das crianças. Os alunos pesquisaram sobre o tema após a exibição de um filme.
O roteiro estabelecido para a execução das ações teve como objetivo criar condições para que os estudantes pudessem refletir e conceber atividades para atuar na comunidade, despertando interesse para leitura e escrita, interação e apropriação das ferramentas digitais de forma criativa, protagonista e autoral. Essas ações resultaram no 1º lugar no prêmio de Direitos Humanos, promovido pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos de São Paulo.
Procuradora Elisiane Santos realizou palestra na EMEF Almirante Ary como uma das ações do projeto
Crédito: Divulgação
Este ano, continuamos com ações de combate, ampliando o alcance de mobilização, através de parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT-SP), com a promotora Elisiane Santos, que visitou a escola e ministrou palestra aos estudantes sobre o trabalho infantil, sendo um momento de integração e parceria entre a comunidade escolar e o Ministério Público do Trabalho.
Para ter sucesso nas ações de combate, envolvi os alunos dos 5ª anos em uma animação em Stop Motion, que é uma técnica que utiliza a disposição sequencial de fotografias. O cenário foi construído com imagens e brinquedos das crianças e os personagens confeccionados com massa de biscuit, tudo a baixo custo. Veja o resultado:
E você querido professor, como está trabalhando esta temática em sala de aula? Conte aqui nos comentários e nos ajude a erradicar o trabalho infantil.
Um abraço!