publicado dia 25/04/2018
Vamos criar espaços para debater direitos humanos na escola?
por Débora Garofalo
publicado dia 25/04/2018
por Débora Garofalo
25/04/2018|
Por Ana Luísa Vieira
Vivemos tempos difíceis. A propagação do ódio e de mensagens falsas, as chamadas “fake news”, tomam conta das redes sociais e também do cotidiano, e não poderia deixar de lamentar a precoce morte da vereadora Marielle, que reacendeu velhas discussões acerca do que são os direitos humanos e a luta por eles. A educação não pode ficar de fora deste debate, devendo fomentar espaços propícios ao cotidiano escolar.
Em 2013, o ensino de direitos humanos passou a integrar de forma transversal o currículo da educação básica e de ensino superior de todo o Brasil, baseada em princípios de dignidade humana, reconhecimento e valorização das diversidades, democracia, transversalidade, sustentabilidade.
A proposta do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos, tem como desafio a superação das diferenças no ambiente escolar. E essas diferenças não são poucas! Bullying, agressões, apontam temáticas de urgência como: tolerância, respeito e colaboração, diálogos que podem nascer de espaços comuns dentro da escola.
Abaixo deixo algumas dicas de como criar esses espaços de pertencimento nas unidades escolares.
O grêmio estudantil é uma organização dos alunos da escola, formado pelos estudantes que podem organizar atividades culturais, esportivas e sociais de cidadania. Uma ótima oportunidade de dar voz e autonomia aos discentes para que possam promover diálogos acerca dos direitos humanos, fortalecendo ações em prol do meio escolar e da comunidade.
Planejar e promover aulas públicas ao entorno da comunidade é outra maneira de fomentar o dialogo, esclarecer dúvidas, introduzir discussões acerca dos direitos já conquistados e também impasses na aplicação da educação em direitos humanos nas escolas do país.
Ampliar o diálogo, a mediação e a escuta são fundamentais para manter o respeito e a convivência, e trazer olhares de fora, permitem que nossos alunos e a comunidade tenham outras visões, criando criticidade, fomentando essa cultura e permitindo que nossos jovens se expressem.
Há três anos, sempre incluo no meu planejamento “O Café Cidadão”, são momentos de debate, nos quais trago convidados a escola de instituições e órgãos para debater temas com os estudantes e com a comunidade escolar.
E é possível trabalhar a temática de direitos humanos com os alunos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I? Sim, explorar através da dimensão lúdica, a criatividade no exercício da compreensão é um caminho para estabelecer nos pequenos a compreensão de mundo.
A brincadeira é um caminho possível para que isso ocorra, por permitir estimular o pensamento, a criatividade, facilitando o entendimento e a cooperação entre as pessoas.
Através do brincar é possível criar um espaço imaginário, lidando com situações, como divergência de opinião, afetividade de forma natural. Através dos jogos, as crianças vivenciam momentos, ativam o raciocínio lógico, colaboram com o outro. O processo facilita compreender melhor as situações, trabalhando resoluções de problemas e estimulando a convivência.
Deixo abaixo algumas dicas de sites com jogos gratuitos para download por meio dos quais é possível trabalhar em sala de aula temas como direitos humanos, bullying e meio ambiente.
Recimam – Este site possui jogos que recriam situações de forma lúdica para tratar de temas relacionados aos direitos humanos, apoiando o trabalho docente em sala de aula.
Jogo Virtual Diário do Amanhã – O Diário do Amanhã que dá nome ao jogo é um jornal fictício, no qual é dada uma “missão” aos jogadores, que é ler as manchetes apresentadas e discutir sobre como agir diante delas.
Entre os temas abordados, falta de infraestrutura das cidades, ameaça de tortura ou prostituição, situações de suicídio e bullying, e imigrantes em situação de marginalidade.
E você querido educador e gestor, quais são os espaços criados em suas escolas para trabalhar a educação em direitos humanos? Quais propostas de trabalho utilizam para abordar esta temática em sala de aula ? Conte aqui, nos comentários.
Um grande abraço