Como a intersetorialidade fortalece o trabalho de Proteção Integral à Criança e ao Adolescente

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18/02/2025|

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Em artigo sobre a atuação da Rede de Pinheiros, em São Paulo, as autoras Miriam Tronnolone e Vanda Donizeti Vergueiro detalham experiência compartilhada no atendimento de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social

A estrutura tradicional do Poder Público, segmentada e hierárquica, muitas vezes dificulta o atendimento integral e efetivo às crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social e trabalho infantil. A tendência é que cada setor atue isoladamente, sem considerar a complexidade dos sujeitos e do contexto social. 

Para enfrentar esse desafio, profissionais da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social de São Paulo (SMADS) criaram um espaço intersetorial de colaboração e aprendizado contínuo voltado para a proteção integral dos direitos de crianças e adolescentes na região de Pinheiros, zona oeste de São Paulo. 

A Rede de Pinheiros foi idealizada em 2009, mas só conseguiu atingir o trabalho intersetorial a partir de 2016. Essa experiência de sucesso é detalhada no artigo Derrubando muros e construindo pontes: a experiência da Rede Intersetorial de Proteção Integral à Criança e ao Adolescente da Região de Pinheiros, São Paulo. O material é de autoria de Miriam Tronnolone e Vanda Donizeti Vergueiro Renaud. 

Inspiração para outras redes

A Rede de Pinheiros tem como principal objetivo integrar serviços e profissionais de diferentes setores – incluindo Assistência Social, Saúde, Educação, Ministério Público e Defensoria Pública – para garantir a proteção integral das crianças e adolescentes. 

Com atuação baseada na horizontalidade, na corresponsabilidade e no compromisso coletivo, a Rede busca superar a fragmentação do atendimento público por meio de avaliação e planejamento conjuntos.

Diferente de estruturas hierárquicas tradicionais, a Rede de Pinheiros promove um espaço de decisão compartilhada, sem centralização de poder. As discussões de casos envolvem a participação ativa dos integrantes, o que favorece a construção de soluções mais eficazes para problemas complexos que envolvem crianças e adolescentes que residem ou que estejam em situação de rua e trabalho infantil na região de Pinheiros.

Superando desafios

As normativas legais do direito da criança e do adolescente preveem a promoção de espaços intersetoriais e de atuação conjunta em rede. Porém, especialistas enfatizam que, apesar disso, é grande a resistência à intersetorialidade dentro do poder público, que ainda opera de forma compartimentada e verticalizada. 

“(…) a intersetorialidade envolve mais do que a junção de diferentes setores, pois se trata de uma integração que, para ocorrer de fato, necessita de uma mudança de paradigma no setor público, envolvendo avaliação e planejamento participativos e tendo como base o critério regional, focado em determinado segmento populacional”, descrevem as autoras do artigo. 

No entanto, a experiência tem mostrado que, ao compartilhar saberes e atuar de maneira integrada, os resultados são potencializados. O diálogo constante e a formação continuada proporcionada pelo espaço da Rede são fundamentais para ampliar a compreensão sobre as políticas de proteção integral e aprimorar o atendimento às crianças e adolescentes.

A atuação da Rede de Pinheiros mostra que o trabalho intersetorial não é só uma possibilidade, mas uma necessidade.Dessa forma, o estudo de caso relatado no artigo tem a finalidade de servir de inspiração para outras iniciativas e redes. Como descrevem as autoras: “nesses tempos em que são mais comuns a ‘construção de muros’, as redes intersetoriais de trabalho se colocam como espaço de diálogo, como pontes que se abrem para novos horizontes”.

Quer ler o artigo completo? Acesse a seguir: 

Derrubando muros e construindo pontes: a experiência da Rede Intersetorial de Proteção Integral à Criança e ao Adolescente da Região de Pinheiros, São Paulo

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