09/06/2020|
Por Redação
Para celebrar o Dia Mundial contra o Trabalho Infantil, que ocorre em 12 de junho, os rappers Emicida e Drik Barbosa lançaram nesta terça-feira (9) uma música feita especialmente para divulgar o tema: “Sementes”. Acompanhada de um videoclipe, a canção é uma das principais ações da campanha nacional, realizada pelo Ministério Público do Trabalho, Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, Organização Internacional do Trabalho e Tribunal Superior do Trabalho.
A Rede Peteca – Chega de Trabalho Infantil, está entre as organizações que apoiam a campanha, que em 2020 tem como mote a pandemia de coronavírus: “Covid-19: agora mais do que nunca, protejam crianças e adolescentes do trabalho infantil”
Emicida e Drika: “Sementes”
Letra
Se tem muita pressão
Não desenvolve a semente
É a mesma coisa com a gente Que é pra ser gentil Como flor é pra florir
Mas sem água, sol e tempo Que botão vai se abrir? É muito triste, muito cedo
É muito covarde Cortar infâncias pela metade Pra ser um adulto, sem tumulto não existe atalho
Em resumo Crianças não têm trabalho, não, não, não,
Não ao trabalho infantil
Desde cedo, 9 anos, era um pingo de gente
Empurrado a fórceps, pro batente
O bíceps dormente, a mão cheia de calo
Treme, não aguenta um lápis, no fundão de São Paulo (puts)
Se a alma rebelde se quer domesticar
Menina preta perde infância, vira doméstica
Amontoados ao relento, sem poder se esticar
Um baobá vira um bonsai, é só assim pra explicar
Que o nosso povo nas periferia
Precisa encher suas panela vazia
Dignidade é dignidade, não se negocia
Por que essa troca leva infância, devolve apatia
E é pior na pandemia Sobra ferida na alma
Uma coleção de trauma
Fora a parte física
E nóiz já tá na parte crítica
Pra que o nosso futuro não chore
A urgência é: precisamos ser melhores, viu?
Se tem muita pressão
Não desenvolve a semente
É a mesma coisa com a gente
Que é pra ser gentil
Como flor é pra florir
Mas sem água, sol e tempo
Que botão vai se abrir?
É muito triste, muito cedo
É muito covarde
Cortar infâncias pela metade
Pra ser um adulto, sem tumulto, não existe atalho
Em resumo
Crianças não têm trabalho não, não
Crianças não têm trabalho não
Não ao trabalho infantil
Com 8 ela limpa casa de família, em troca de comida
Mas só queria brincar de adoleta
Sua vontade esconde-esconde
Já que a sociedade pega-pega sua liberdade
E transforma em tristeza
Repetiu na escola por falta, ele quer ir mas não pode
Desigualdade é presente e tira seus direitos
Sem escolha: trabalha ou rouba pra viver
Sistema algoz, que o arrancou da escola
E colocou pra vender bala nos faróis
Em maioria, jovens pretos de periferia
Que tem direito a vida plena
Mas só conhece o que vivencia: Insegurança, violência e medo
Trabalho infantil é um crime e tem cor e endereço
Prioridade nossa é assegurar que cresçam e floresçam
Alimentar a potência delas
A liberdade delas não tem preço
Merecem o mundo como um jardim e não como uma cela
Se tem muita pressão
Não desenvolve a semente (não)
É a mesma coisa com a gente
Que é pra ser gentil
Como flor é pra florir
Mas sem água, sol e tempo
Que botão vai se abrir? (me diz)
É muito triste, muito cedo
É muito covarde (muito)
Cortar infâncias pela metade (é quente)
Pra ser um adulto, sem tumulto, não existe atalho
Em resumo (diz)
Crianças não têm trabalho, não, não, não
Crianças não têm trabalho, não
Apenas não ao trabalho infantil