II Marcha de Belém contra o trabalho infantil reúne mais de 200 mil pessoas

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03/03/2020|

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No último domingo (1), mais de 200 mil pessoas se reuniram na II Marcha de Belém contra o trabalho infantil, pelas ruas da capital paraense. Representantes do governo, da organizações governamentais, não-governamentais e da sociedade civil caminharam por 2h30 contra uma das piores violações de direitos contra crianças e adolescentes.

Segundo Vanilza de Souza Malcher, Juíza do Trabalho e Gestora Regional do Programa de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem do TRT8, a principal mensagem do evento era de que o trabalho infantil perpetua a pobreza, contribui para o elevado índice de violência e representa entrave no desenvolvimento sustentável de qualquer nação.

Foto: Felipe Caetano

“Estavam presentes crianças, jovens, adultos, idosos, representações de entidades e instituições parceiras, que seguiram por todo o trajeto em pelotões animados, vindos de 34 municípios e distritos. Ao longo de todo o percurso, comunicadores que iam em cima dos trios elétricos leram mensagens de conscientização sobre os males decorrentes do trabalho precoce e mensagens de apoio à marcha, enviadas pelos parceiros e apoiadores”, descreveu a juíza.

O percurso também contou com a participação de mais de quinze artistas que aderiram ao movimento, entre os quais a atriz Dira Paes, as cantoras Lia Sophia e Mariana Belém e o comediante regional Epaminondas Gustavo, que na maior parte do tempo também caminharam juntamente com o público presente. Fechando a marcha, um batalhão de pessoas integrantes do grupo Arraial do Pavulagem seguiu animado sob toadas de boi, vestindo a camisa padrão do evento.

De acordo com Vanilza, a caminhada encerrou com a leitura da Carta de Belém pela Erradicação do Trabalho Infantil no Brasil, pela desembargadora Zuíla Dutra, a juíza Vanilza Malcher e os artistas convidados. O documento revela preocupação com o número de trabalhadores infantis no Pará e no Brasil, denuncia a violência que ceifa vidas e compromete a paz social e exige a promoção de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes.

Para Felipe Caetano, jovem atuante na causa presente no encontro, é fundamental engajar toda a sociedade nessa luta para que cada pessoa se torne um defensor dos direitos humanos das meninas e meninos. “Queremos que cada pessoa possa ser a voz daqueles que são calados pelo trabalho infantil e que cada pessoa se torne, na prática,  um ativista em defesa da infância”, disse.

Sobre a marcha

Ainda segundo a juíza, o objetivo da marcha é dar visibilidade ao problema do trabalho infantil; fortalecer a atuação da rede de proteção, estimulando-os a prosseguirem firmes no enfrentamento das violações de direitos das crianças e dos adolescentes no estado do Pará e em todo Brasil; conscientizar cada vez mais a sociedade sobre os males do trabalho precoce; fomentar a instituição de políticas públicas voltadas à eliminação dessa chaga social e arregimentar mais voluntários para atuar no enfrentamento do problema e pela garantia de direitos das crianças e dos adolescentes.

A ideia da marcha surgiu em 2014, quando a Comissão de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem do TRT8, por meio da Desembargadora Zuíla Dutra, propôs à Comissão Nacional do TRT8, por ela integrada como representante da região norte, que cada gestão regional dos 24 Tribunais do Trabalho do país organizasse uma marcha, com intuito de dar maior visibilidade à causa. “Assim, a comissão do TRT8-PA/AP ficou incumbida de realizar a primeira Marcha, que ocorreu no dia 1? de março de 2015”, explicou.

A marcha foi organizada pela Comissão de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem do TRT 8, em parceria com o Ministério Público do Trabalho da 8ª Região e do Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, contando com o apoio de diversas instituições públicas e privadas, com destaque ao Governo do Estado do Pará, Prefeitura de Belém, Arquidiocese de Belém e Diretoria do Círio de Nazaré.

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