20/03/2017|
Por Bruna Ribeiro
Com o objetivo de qualificar o debate a respeito da redução da maioridade penal, o Coletivo Rebento lança a websérie “O Filho dos Outros”, no dia 22 de março. Disponibilizados na internet, quatro episódios trazem informações sobre o tema em votação no Senado.
Devido à complexidade do tema, o coletivo decidiu abordar outros assuntos, na construção de um argumento que dialogasse com a discussão da redução da maioridade penal. A websérie foi indicada pela Rio WebFest como melhor roteiro documental.
Cada vídeo tem duração de 13 a 18 minutos e pode ser encontrado no YouTube ou no Facebook do grupo, formado por jornalistas, documentaristas e artistas. Bruno Garibaldi, um dos integrantes, explica que o projeto começou em 2015, contando com recursos obtidos por meio de um site de financiamento coletivo. Ao todo, quase mil pessoas de 14 estados apoiaram a iniciativa.
Temas em debate
No primeiro episódio, por exemplo, Rebento acompanhou a situação do sistema socioeducativo do Ceará, marcado por rebeliões, denúncias de torturas e maus tratos contra os adolescentes.
Já o segundo vídeo conta a história de mães e ex-internos que passaram pela antiga Fundação Estadual para o Bem Estar do Menor (Febem), atual Fundação Casa. Os entrevistados contam a experiência e os impactos sociais e psicológicos deste processo na vida.
A partir da história de quem passou pelo mundo do crime e das facções, o penúltimo episódio mostra como foi o processo de formação do Primeiro Comando da Capital (PCC) em São Paulo e os problemas da política de segurança do estado.
A série é encerrada com uma imersão no universo da juventude de periferia, a partir dos rolezinhos, bailes funks e redes sociais. Trata-se de um grupo que afirma a própria identidade na produção cultural e no comportamento, mas ainda é alvo de preconceito e criminalização.
Segundo Garibaldi, a principal vocação da série é ser um documento público e de fácil acesso, com conteúdo de referência a respeito de uma discussão tão importante. “Nossa intenção é sensibilizar as pessoas e engajar o debate, pois a redução pode ser aprovada a qualquer momento.”