publicado dia 31/01/2018

O direito à participação do jovem nas lutas políticas e sociais

por Thiago Silva dos Santos

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31/01/2018|

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Olá, leitor@s!

Meu nome é Thiago Silva dos Santos, tenho 18 anos e moro em Santa Catarina. Fico feliz em participar da seção “Jovens Atuantes”, da Rede Peteca – Chega de Trabalho Infantil. Sou militante pelos direitos das crianças e dos adolescentes e trago aqui uma reflexão sobre o direito dos jovens à participação política e social.  

Crédito: Arquivo Pessoal

Crédito: Arquivo Pessoal


Começo falando sobre o poder da participação nos espaços voltados a crianças e adolescentes, pois, muitas vezes, mesmo debatendo e discutindo nos grupos e encontros, nós não somos escutados efetivamente.

Falar que temos direito de participar não basta. É preciso dar oportunidades de fala, de participar de debates e de espaços de discussão e deliberação de assuntos de nosso interesse e do interesse da comunidade. Isso é muito importante. Só assim haverá uma boa participação.

Imagine só: se não tivessem me dado a oportunidade de participar da Conferência Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (ano), hoje eu não estaria aqui, escrevendo esse artigo.

O Ministério Público do Trabalho do Ceará (MPT-CE), por meio do Programa de Educação contra a Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente (Peteca), acreditou na nossa capacidade e nos deu a oportunidade de sermos multiplicadores, em nossos estados, das ações de mobilização de adolescentes que já vem sendo realizadas no Estado.

Foi com muita alegria que recebi o convite para participar, juntamente com outros adolescentes e jovens de todo o Brasil, do I Encontro Nacional de Adolescentes na Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (Enapeti), realizado em Fortaleza, em setembro de 2017. (Clique para ver o álbum de fotos):

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Quando voltei para o meu estado, Santa Catarina, logo já comecei a articular parcerias. Com energias e conhecimentos renovados, participei também  da 3ª reunião ordinária do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI), realizada em Brasília, em outubro de 2017. Na ocasião, representei não apenas o meu estado, mas toda a Região Sul.

Fiquei muito entusiasmado com tudo que aprendi. Até brinquei com os meus colegas que estavam representando as demais regiões:

Ei, pessoal, vamos com calma! No avião eu só posso levar bagagem de 23 kg, é muito conhecimento que estou ganhando, vai ficar muito pesado (rsrs).”

Novos caminhos e parcerias

Voltando ao meu Estado, comecei as articulações junto ao Conselho Estadual dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes (Cedca-SC) e ao Fórum Estadual de Erradicação do Trabalho Infantil (Feti).

Tive total apoio do Feti, que viabilizou minha participação nas últimas reuniões dos referidos colegiados, realizadas em dezembro de 2017. Durante as reuniões, foi reservado tempo para eu falar como foram os encontros dos quais participei e também como tem sido minha participação no Comitê Nacional de Adolescentes na Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (Conapeti). Falei da importância que é ter adolescentes monitorando as políticas públicas; lembrei do compromisso, que assumimos durante o Enapeti: o de multiplicar a iniciativa em todos os estados.

Luta para erradicar o trabalho infantil

Nesse sentido, propus a criação do Comitê Estadual de Adolescentes na Prevenção e Erradicação de Trabalho Infantil de Santa Catarina (Ceapeti-SC). Os integrantes do fórum elogiaram a ideia, de imediato aprovaram a proposta. Fiquei muito feliz!

Agora posso dizer que Santa Catarina também terá comitê estadual. E mais: nessa mesma reunião, o procurador do Trabalho Marcelo Goss propôs o meu nome como membro do FETI de Santa Catarina. O Colegiado aprovou, aumentando ainda mais a minha felicidade.

Orgulho-me de ser um jovem que, apesar de nascer num mundo de maldade, criminalidade e fatores que poderiam me levar para qualquer caminho do mal, optou por seguir o caminho do bem.

Orgulho-me por ter superado as dificuldades; muitas vezes chorei por ter meus direitos violados, mas não desisti. Ao contrário, isso me deixou mais forte, me fez acreditar que eu seria uma pessoa do bem e que lutaria para que outras crianças venham a ter uma infância diferente da minha, uma infância feliz.  

Não falo essas coisas com o intuito de me vangloriar, nem de ser visto como vítima. O que eu quero mesmo é fazer com as pessoas comecem a usar seus poderes para o bem, que acreditem no potencial de nossas crianças – só assim elas poderão desenvolver suas potencialidades, e contribuir com uma sociedade melhor.

Nossos erros, nossas fraquezas e nossa indignação podem ser eliminadas com o acreditar. Nós somos a maior arma do mundo. Um abraço muda o dia de uma pessoa, uma atitude muda a vida de uma criança.   

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