22/08/2018|
Por Felipe Tau
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) apresentou nesta quarta-feira (22) ações para dar visibilidade às crianças e adolescentes nas eleições de 2018. E especialmente para estimular o debate dos candidatos.
A entidade divulgou o documento “Mais que promessas: compromissos reais com a infância e a adolescência no Brasil”, com o objetivo de mostrar aos candidatos seis prioridades e sugestões envolvendo os direitos da população com menos de 18 anos. Além disso, o fundo lançou uma plataforma digital do projeto, em que os eleitores poderão dialogar diretamente com os postulantes aos governos estaduais e federal.
De acordo com o Unicef, o objetivo da ferramenta é permitir que a população questione os candidatos sobre propostas que garantam os direitos e o bem-estar das crianças e dos adolescentes brasileiros. Para participar, as pessoas interessadas só precisam acessar o site www.maisquepromessas.com.br e usar o WhatsApp, o Facebook Messenger ou o Twitter.
Prioridades
As prioridades apresentadas pelo fundo no documento são as seguintes: pobreza multidimensional, homicídios, educação, saúde infantil, nutrição e participação política dos adolescentes.
As eleições de 2018 contam com 1,4 milhão de eleitores com menos de 18 anos – uma redução de 230 mil pessoas em relação ao número verificado em 2014. Diante do quadro, o Unicef pede que participação direta dos adolescentes e jovens seja assegurada na decisões de cada comunidade e nos programas com impactos na população mais jovem.
Além disso, o Unicef propõe que o enfrentamento da pobreza e a promoção da educação entre o público infanto-juvenil sejam focados em políticas multissetoriais com orçamento integrado. Um estudo inédito publicado entidade em agosto revelou que 61% das crianças e dos adolescentes brasileiros são pobres. Além disso, o fundo destaca que, em 2015, 2,8 milhões de pessoas entre os quatro e os 17 anos estavam fora da escola.
A entidade sugere que os candidatos analisem também as causas sociais da violência urbana, que mata 31 crianças e adolescentes por dia no país. Pede que os futuros governantes se comprometam a acabar com a impunidade nos crimes e que ofereçam oportunidades para adolescentes em estado de vulnerabilidade social.
Saúde
Para combater as crescentes as taxas de mortalidade infantil e a queda da cobertura de vacinas no Brasil, o fundo demanda qualidade da atenção básica das famílias desde o pré-natal, bem como a busca ativa de crianças não imunizadas. Destaca ainda a necessidade ações de sensibilização das comunidades.
Já os problemas da obesidade de crianças e adolescentes e da desnutrição em populações ameríndias poderiam ser combatidos, segundo o Unicef, por meio da regulamentação do setor de alimentos, de bebidas, da publicidade dirigida às crianças e, no caso dos indígenas, através de investimentos em políticas nutricionais.