01/12/2021|
Por Bruna Ribeiro
No dia 29 de novembro, o projeto Criança Livre de Trabalho Infantil promoveu uma live no seu canal no YouTube e página do Facebook para debater o impacto da pandemia no trabalho infantil doméstico e na exclusão escolar.
Com mediação de Clélia Rosa, pedagoga e especialista em Educação Antirracista, o evento teve como convidada Jaqueline Santos, consultora do Geledés.
+ Saiba também como foi o debate sobre as raízes históricas do trabalho infantil doméstico no Brasil
A live também contou com a participação de Bruna Ribeiro, jornalista e gestora do Criança Livre. O debate faz parte da campanha Meninas Livres de Trabalho Infantil Doméstico, promovida em parceria com o MPT.
A iniciativa propõe uma reflexão a respeito do recorte racial e de gênero da violação. Os dados apontam que desde o pós-abolição, as mulheres e meninas negras continuaram na condição de trabalhadoras domésticas e são a maioria até hoje, no Brasil.
Dados
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNADC) de 2019, havia 1,8 milhão pessoas de cinco a 17 anos em situação de trabalho infantil. O levantamento também mostrou que 66,1% dessa população é negra.
Quando realizado em residências em geral, de acordo com dados de 2016 do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI), o tipo de atividade passa a ser doméstica e realizada por meninas em 94% dos casos, sendo 73,4% negras.
Reflexão
Durante a conversa, Jaqueline apresentou a pesquisa A Educação de Meninas Negras em Tempos de Pandemia: O aprofundamento das desigualdades, realizada por Geledés. O documento revelou o agravamento da violação de direitos contra meninas, como o trabalho infantil, violência doméstica e exclusão escolar.