Criança Livre de Trabalho Infantil realiza live sobre raízes históricas do trabalho infantil doméstico no Brasil

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22/11/2021|

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Em novembro, mês da Consciência Negra, o projeto Criança Livre de Trabalho Infantil promoveu uma live no seu canal no YouTube e página do Facebook para debater o tema “Trabalho Infantil Doméstico: raízes históricas e racismo no Brasil”.

Com mediação de Clélia Rosa, pedagoga e especialista em Educação Antirracista, o evento teve como convidada Juliana Teixeira, professora do curso de Administração da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Ela é autora do livro Trabalho Doméstico, da coleção Feminismos Plurais, coordenada por Djamila Ribeiro.

A live também contou com a participação de Elisiane Santos, procuradora do Ministério Público do Trabalho em São Paulo (MPT-SP), instituição parceira do Criança Livre. O debate faz parte da campanha Meninas Livres de Trabalho Infantil Doméstico, promovida pelo projeto em parceria com o MPT.

A iniciativa propõe uma reflexão a respeito do recorte racial e de gênero da violação. Os dados apontam que desde o pós-abolição, as mulheres e meninas negras continuaram na condição de trabalhadoras domésticas e são a maioria até hoje, no Brasil.

Dados

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNADC) de 2019,  havia 1,8 milhão pessoas de cinco a 17 anos em situação de trabalho infantil. O levantamento também mostrou que 66,1% dessa população é negra.

Quando realizado em residências em geral, de acordo com dados de 2016 do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI), o tipo de atividade passa a ser doméstica e realizada por meninas em 94% dos casos, sendo 73,4% negras.

Reflexão

Durante a conversa, Juliana pontuou a dificuldade do Brasil em se reconhecer como um país racista, enquanto na verdade a sociedade é atravessada pelo racismo estrutural. “Nosso sistema de trabalho, infâncias e trajetórias de vida é marcado pela raça. Junto com a raça vem a classe e muitas vezes o trabalho doméstico é um destino compulsório também para as filhas das trabalhadoras domésticas. O colonialismo já acabou, mas a colonialidade do trabalho ainda está posta”, disse a autora.

Acompanhe o debate completo:

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